quarta-feira, 7 de março de 2012

PONTE PRETA: “UM CLUBE DE ONZE CAMISAS”?


Associação Atlética Ponte Preta - Orgulho de Campinas


1927: A Ponte começa a mandar jogos no estádio da Avenida Júlio de Mesquista, projetado pelo engenheiro Lix da Cunha.



A modernidade se impondo ao histórico

Confesso que eu sou uma das pessoas que espera pelo novo estádio da Ponte Preta... Também confesso, que um dos motivos que me levaram a apoiar tal ideia, é a questão do estacionamento... Queira ou não, mais cedo, ou mais tarde, os moradores vão começar a reclamar por causa do movimento e pelas brigas, que às vezes, são terríveis...
Mas o motivo que mais me pegou e me levou a entrar nessa proposta de novo estádio, foi exatamente a amplitude de possibilidades que ele oferece... Além do espaço para a prática do futebol, toda infra estrutura de área comercial e de shows... E como eu ainda SONHO com um Ponte Preta grande, prefiro o estádio novo... O arena... 
Mas devo lembrar, que na época da FRENTE PONTEPRETANA, eu já pensava em algo MAIOR para a nossa MACACA, a nossa NEGA VÉIA... Pensei em construir o segundo anel... A base?... Rasgando-se de espaço em espaço, traz-se de baixo para cima, um tipo de polar gigante, que se curva para cima do gramado... O estacionamento? As ruas mesmo... 
Sonhei muito com essa ideia, que na época era uma grande loucura... Mas como eu sempre vi a nossa Ponte Preta, um time de nível mundial, não tinha dúvidas que poderíamos, e devíamos construir o segundo anel... Não sei se vale a pena deixar essa ideia como uma proposta alternativa para o que está sendo colocado, o arena... 
Penso que a minha ideia vem até contemplar o pensamento do pontepretano ANTONIO CARLOS GUEDES CHAVES... Ele enviou o texto que está colocado abaixo... Essa é uma resposta a um dos vários textos que postei no BLOG... Peço que leiam o texto de Antonio Carlos com atenção e carinho... Podem ter certeza de que vai valer a pena... Pois é um belo texto... 
Nele podemos notar que a história é cheia de melindres... Podemos até dizer que é o destino colocando as suas mãos sobre e estabelecendo a realidade... Vamos perceber que às vezes, ela nos pega de surpresa e nos espanta por vermos os mesmos fatos se repetindo... Como diz Cazuza na sua bela e forte O TEMPO NÃO PARA... 
Eu vejo o futuro repetir o passado
Eu vejo um museu de grandes novidades
O tempo não para
Não para, não, não para

Agora fiquem com o texto...

PONTE PRETA: “UM CLUBE DE ONZE CAMISAS”?
A esmagadora maioria da apaixonada e fiel torcida da Ponte jamais poderá avaliar a humilhação que nós, os bem mais velhos, vivemos após a perda das instalações esportivas do clube, localizadas entre avenida Julio Mesquita e rua Pedro de Magalhães, motivada por dívida contraída com o então presidente, o renomado médico Penido Burnier. Despejada e desalojada, a equipe passou a treinar em campos de várzea e de colégios. Nossos rivais não perderam a oportunidade e nos pespegaram o rótulo: “CLUBE DE ONZE CAMISAS”. A humilhação só não foi maior que a reação de grandes pontepretanos que se cotizaram , compraram uma chácara na Proença e conclamaram os torcedores a construirem seu estádio. Os mais humildes, sem condições financeiras, arregaçaram as mangas e, aos sábados e domingos, amalgamaram suor, cimento e areia, erguendo o maior e mais moderno estádio do país.   Foi uma epopéia, um fato virgem na história do esporte brasileiro e, talvez, mundial.Orgulhosos, juraram: “O MAJESTOSOO JAMAIS SE TRANSFORMARIA EM MOEDA DE TRANSAÇÕES”. Decorridos sessenta anos sessenta anos de sua inauguração, a maldição volta a nos rondar com a ameaça da venda do Majestoso porque  - atentem para as justificativas - “ele não dispõe de estacionamento , há uma infiltração – sem nenhum laudo sério para atestar possível gravidade – as dimensões,etc.” Sustentanto o absurdo, o  injustificável ,  a irresponsabilidade, anuncia-se a construção de uma arena moderna nas instalações sociais do Jardim Eulina. Para viabilizar o feito   o clube iria associar-se a uma grande construtora e obter financiamento de mais de R$.100 milhões em banco oficial, sem esclarecer quais os recursos para  amortizá-lo.  Concomitantemente, o Sr.Sergio Carnielli anuncia que a Ponte tem uma dívida de R$.85 milhões, sendo que R$.59 milhões com o próprio. Se considerarmos os 13 anos de seu mandato, representa  um déficit mensal de, aproximadamente, R$.550 mil. Registre-se, lamentavelmente, que nesse período não houve uma conquista sequer. Houve ascensão, descenso e campanhas melancólicas e humilhantes  que  estão afugentando nossa fidelíssima e apaixonada torcida. Diante do déficit,  o presidente foi obrigado  a negociar os jogadores que se destacaram,desfalcando o conjunto mesmo durante o desenrolar dos campeonatos,o que nos distancia, cada vez mais   do retorno à série A. Sem a alternativa de aumentar a receita,houve a contenção  da despesa  e o teto salarial dos atletas foi reduzido em 50% - de R$.40 para  R$.20 mil. DIANTE DE TÃO GRAVE SITUAÇÃO,  QUAL SERIA A PRIORIDADE? REFORMULAR  OS CONCEITOS  ADMINISTRATIVOS OU ANUNCIAR A CONSTRUÇÃO DE UM ARENA, COM A VENDA DO MAJESTOSO, A CONQUISTA MAIOR DA NAÇÃO PONTEPRETANA? A anunciada pretensão é tão inconsequente,  irreal e injustificável,mormente partindo de um empresário vitorioso como o Sr.Sergio Carnielli,que se afigura como ameaça.   Se o absurdo se concretizar e iniciar-se pela venda do nosso estádio, qualquer pessoa de bom senso poderá conjeturar: a Ponte correrá o risco de voltar a ser alcunhada  Clube de Onze Camisas, pelos mesmos motivos ocorridos no passado,isto é, venda do estádio para que o presidente possa  se ressarcir do que a Ponte lhe deve?

Antonio Carlos Guedes Chaves
Sócio Benemérito desde 1980, Conselheiro Nato desde a criação da categoria, ora demissionário, ex-diretor e membro do Conselho de Supervisão.


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